"A Trilogia do Mago Negro: O Clã dos Magos", de Trudi Canavan

Capa do primeiro livro da trilogia


Assim que vi, pela primeira vez, O clã dos magos, minha curiosidade ficou atiçada, mas o preço do livro me desanimou um pouco. Qual foi minha surpresa ao entrar em uma livraria há um tempo e dar de cara com ele em promoção! Não pensei duas vezes e comprei. Não preciso dizer que comecei a lê-lo quase instantaneamente e, quase instantaneamente, fui desanimando, página por página.
Não que o livro seja ruim, tem seus pontos positivos, só que mal executados. A história tem certo apelo: uma menina pobre que, de repente, se descobre uma maga poderosa e que começa a ser perseguida pelo clã – de magos - que sempre oprimiu seu povo, até ela descobrir a dimensão de seus poderes e ter de se juntar a esse grupo para proteger a si mesma e a todos que ela ama. Mas é nesse apelo que a obra se perde. 

Eu, particularmente, não entendo a necessidade que os escritores novos têm de tentar transformar uma história simples e com personagens rasos em uma epopeia. Vide o caso do ex-megassucesso editorial Saga Crepúsculo (sei que fãs xiitas irão chiar), que teve uma história que poderia ser resolvida em, no máximo, dois livros, mas que foi eternizada em quatro exemplares, sendo que dois são pura “encheção de linguiça”. Mas a narrativa arrastada é apenas um dos poucos pecados do livro. A falta de criatividade em descrever pessoas e lugares é outro, e a autora acaba preenchendo os inúmeros buracos da narrativa com diálogos fracos que não possuem nenhum impacto e que, em nenhum momento, me fizeram reler uma linha por gostar do trecho.
Por falar em personagens, TODOS são extremamente ruins, todos são rasos e não consegui sentir uma real simpatia por nenhum deles. A protagonista é chata e a todo o momento fica claro que ela é apenas um fantoche, seja para os magos, seja para os ladrões que a protegem e, embora a autora tenha tentado dar a ela um ar mais de menina marrenta, a impressão que fica é que ela está mais pra menininha assustada que tem que ser carregada por todos, por não conseguir resolver seus próprios problemas. A falta de um vilão de verdade também tem que ser observada, nas mais de 400 páginas só no final podemos pressupor que ele irá aparecer só no livro seguinte (o tal “mago negro” que dá nome à trilogia) e, mesmo assim, suas introduções foram tão fracas que não atiçou por nenhum momento minha curiosidade.
Outra coisa que não entendi muito bem, mas não sei se a intenção foi da autora ou do tradutor, foi a utilização de contração de algumas palavras para tentar dar à fala de alguns personagens um aspecto mais popular e diferenciá-los do grupo mais abastado e culto. O problema é que, se não fosse pelo itálico marcando essas contrações (diga-se de passagem, nas duas únicas cê = você e tá = estar), eu pensaria que eram erros de ortografia, que o livro apresenta em várias ocasiões.
Acho que, como início de trilogia, O clã dos magos é muito fraco e espero, sinceramente, que os outros dois outros livros da série empolguem mais que este. Mas, antes de finalizar, tenho que parabenizar tanto o responsável pela capa, que fez um belíssimo trabalho, quanto o diagramador, pois o livro, como produto, é extremamente elegante. Pena que o mesmo elogio não se aplica ao conteúdo. 

Para comprar:


Um beijo, 

da Menina Leitora, Karina Mitalle

Um comentário:

  1. Desde que vi o livro tbm fiquei louca pra ler, mas são muitos os comentários negativos, aí desisti... talvez se a continuação for bem-falada, animo!!

    Beijosssss...

    Pauli

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