"Eu sou o mensageiro", de Markus Zusak


Imaginem um romance delicado, direto, comovente, poético e extremamente fácil de ler. Imaginou? Então, você acabou de imaginar Eu sou o mensageiro, de Markus Zusak.

O enredo não poderia ser mais simples: Ed Kennedy é o típico perdedor, tem 19 anos, trabalha como taxista, mora em um subúrbio com um cachorro de 17 anos, Porteiro, que é viciado em café. Têm dois amigos tão perdedores quanto ele e é apaixonado pela Audrey, sua melhor amiga, mas não tem coragem de se declarar. Há um ano, ele perdeu o pai por causa do alcoolismo e a mãe não é sua fã número um. Mas Ed é conformado com sua situação e não parece querer mudá-la. Até que, um dia, o destino garante isso.

Ed sem querer impede um assalto, aparece em alguns jornais, se torna uma espécie de herói. Quando ele acha que conseguiu se livrar da fama, eis que surge um envelope em sua casa. Dentro dele, há um ás de copas com três endereços e horários escritos... e só. Para descobrir do que se trata só tem um jeito: ir aos endereços, nos horários indicados e ver o que acontece.
A partir desse momento, a vida de Ed começa a mudar aos poucos. Nos lugares que ele visita, encontra de tudo: desde uma senhora idosa que perdeu o noivo na guerra e que o espera retornar, até uma menininha que fica na calçada toda noite para não presenciar o estupro diário da mãe pelo pai bêbado. Ao vivenciar essas situações, Ed se vê obrigado a reagir e é quando ele percebe como pequenas atitudes, como ler O morro dos ventos uivantes junto com a senhora, podem mudar uma vida. A cada missão que ele completa, chega uma nova carta em que novos problemas são expostos e novas mudanças ocorrem, não só com as pessoas que ele ajuda, mas com ele mesmo.

Eu sou o mensageiro, às vezes, se parece mais com um diário íntimo: o próprio Ed narra a história e, em muitas passagens, acaba nos indagando, quase numa espécie de diálogo, sobre os problemas que são colocados em sua frente. Nada é dado de graça ou fica explícito, e esse talvez seja seu maior trunfo: nos fazer descobrir junto com Ed o que cada carta representa e quem as envia. No fim da leitura o que fica mesmo é o sentimento bom de sabermos que, apesar de muitas vezes nossas atitudes, por menores que sejam, não mudarem o mundo todo, elas podem, pelo menos, mudar o mundo daquela pessoa que foi ajudada.

P.s.: pra quem não ligou o autor à obra, Markus Zusak é o autor de A menina que roubava livros (que, embora tenha feito maior sucesso, é posterior a esse).

Título: Eu sou o mensageiro
Título Original: The Messenger
Autor:  Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Páginas: 320

Onde comprar: Saraiva e Submarino.

Um beijo, da Menina Leitora,


5 comentários:

  1. Tá na minha prateleira há alguns meses... hahaha.. só empurrando! Mas vou adiantá-lo na minha lista. =]

    Beijo!

    Pauliane Coelho

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    1. Pauli, aconselho vc a ler o mais rápido possível.

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  2. É um livro lindo.. Gosto muito de Eu sou O Mensageiro. Uma das minhas leituras favoritas e tem muitas frases legais.
    "Ás vezes as pessoas são tão bonitas.
    Não pela aparência física.
    Nem pelo que dizem.
    Só pelo que são". ♥

    Beijos
    www.intheskyblog.blogspot.com.br

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    1. Helana, o livro é realmente maravilhoso, acho uma pena a Intrínseca não ter traduzido os outros do Markus Zusak, além dele e da Menina que roubava livros.
      Obrigado pela visita e pela participação, espero que você continue a curtir o Blog.

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  3. Quero muito ler! Tá na minha lista de desejos! Adorei a resenha!

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